Talibã substitui ministério de Assuntos Femininos por pasta conhecida por aplicar leis extremistas

0
57

No passado, agentes Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício chicoteavam mulheres que andavam sozinhas nas ruas do Afeganistão. Integrantes do Talibã, armados, perto de zoo em Cabul, Afeganistão, nesta sexta (17)
Bulent Kilic/AFP
No comando do Afeganistão, o Talibã vai substituir o Ministério de Assuntos Femininos pelo Ministério da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício. A pasta era responsável pela aplicação das duras políticas fundamentalistas islâmicas nos anos 1990, quando o regime extremista governou o solo afegão pela primeira vez.
Naquela época, os agentes da Propagação da Virtude e Prevenção do Vício eram conhecidos por chicotearem mulheres que andavam sozinhas pela rua e por exigirem outro tipo de comportamento, inspirado em uma interpretação muito rigorosa do Islã.
Trabalhadores instalaram uma nova placa com o nome ‘Ministério da Propagação da Virtude e da Prevenção do Vício’ onde ficava a sede da antiga pasta da mulher, registrou a AFP.
Várias mensagens publicadas nas últimas 24 horas nas redes sociais mostravam funcionários do ministério dos Assuntos Femininos se manifestando em frente à sede por terem sido supostamente destituídos.
“Ninguém escuta as nossas mulheres”, denunciou um internauta no Twitter, enquanto outro escreveu com sarcasmo: “Podíamos esperar algo diferente desses animais”.
Nenhuma autoridade do Talibã respondeu aos pedidos de entrevista da AFP nesta sexta-feira (17), para que se explicassem sobre esses fatos.
Sem moderação
Embora os insurgentes insistam que govenarão com maior moderação do que em seu primeiro mandato (1996-2001), não autorizaram a maioria das mulheres a retomar o trabalho e introduziram regras sobre suas roupas na universidade.
Nenhuma mulher faz parte do novo conselho de ministros do Talibã, anunciado há duas semanas.
Durante o primeiro governo dos fundamentalistas, as mulheres foram excluídas da vida pública e só podiam sair de casa se usassem burca e estivessem acompanhadas por um familiar masculino.

Fonte: G1 Mundo